As
Runas são um conjunto de alfabetos antigos
e mágicos utilizados pelos povos germânicos
(principalmente na Escandinávia e nas ilhas
Britânicas) para adivinhação,
poesia e transcrições. Cada uma das
letras desse alfabeto, chamado Futhark (derivado
das suas primeiras seis letras: 'F', 'U' 'Th', 'A',
'R', e 'K'), possuía tanto um nome como um
som próprio.
As inscrições rúnicas mais
antigas datam de cerca do ano 150, e o alfabeto
foi substituído pelo alfabeto latino com
a cristianização, por volta do século
VI na Europa central e no século XI na Escandinávia.
Os mestres rúnicos da antigüidade riscavam
os seus símbolos sagrados em pedras ou em
gravetos de uma árvore frutífera,
utilizando até o próprio sangue para
lhes dar a força mágica espiritual
que almejavam.
Contudo, o uso de runas persistiu para propósitos
especializados, principalmente na Escadinávia,
na área rural da Suécia até
ao início do século XX (usado principalmente
para decoração e em calendários
Rúnicos).
Além do alfabeto, a cultura germânica
antiga possuía um calendário, cujo
ano se iniciava no dia 29 de Junho, representado
pela runa Feob.
No terreno da mitologia, a sabedoria das Runas foi
deixada aos Vikings pelo deus nórdico Odin,
para que os homens a ela recorressem, para se divinizar
e para obter um sábio aconselhamento quando
necessário. Odin se submeteu a um supremo
ato de auto-sacrifício para obter o conhecimento
secreto das Runas. Permaneceu suspenso, por nove
dias e nove noites, pendurado pela lança,
de cabeça para baixo no Yggdrasil, a "árvore
do mundo", até se dar conta das pedras
rúnicas no chão. Esticando-se com
dificuldade conseguiu apanhá-las, sendo então
libertado pela magia destas pedras e, por iluminação,
aprendeu os conhecimentos e poderes mágicos
das Runas.
Odin transmitiu à humanidade esse conhecimento
obtido sobre as palavras mágicas e também
de como registrar essas palavras através
do alfabeto rúnico. Odin distribuiu as vinte
e quatro Runas entre três deuses: Hagal, Freya
e Tyr. Estes três deuses deram às Runas
suas energias. Freya, a energia de mãe, de
esposa, de amante e de irmã; Hagal, o conselheiro
sábio, correto e enérgico; Tyr, o
jovem guerreiro, corajoso e lutador. A vigésima
quinta runa, que é branca, representa Odin.
Na antiga crença escandinava, as Runas eram
de origem divina (reginkunnr). As Runas eram consideradas,
e voltaram a ser, instrumentos mágicos, portadores
de segredos e geradores de poder. Alguns crêem
que a runa é um símbolo e como tal
uma emanação de energia que pode despertar
nossos sentidos e criar emoções. As
Runas são oráculos constituintes de
rituais, que os quiromanticos atuais qualificam
de perfeitamente eficazes. O termo "runa"
implica a noção "daquele que
sabe". A palavra vem do escandinavo run que
significa segredo e helrûn que significa adivinhação.
Por isso, ler Runas seria algo como "aprender
a desvendar os segredos". Cada runa possui
um significado e oferece vários níveis
de magia.
Atualmente as Runas têm um sentido espiritual,
que encaminha até a estrada da vida ou da
evolução. As atribui a faculdade de
revelar aquelas capacidades que estão ocultas
e as que podem ascender mediante a meditação
ou o desenvolvimento psíquico. Num plano
material, a runa manifesta ao que crêem aquilo
que está por vir e se refere às armas
espirituais com as que pode contar o consulente.
As Runas não representam um simples alfabeto
de uma escrita antiga, mas sim, cada letra é
um símbolo sagrado e autônomo.
Cada Runa representa um arcano ligado a entidades
representativas de Deuses da mitologia nórdica.
Os símbolos por sua vez têm uma energia
individual e uma vibração característica
que se expressa na força específica
de cada Runa.O campo vibratório se altera
na medida em que vários símbolos são
conjugados para um trabalho em grupo.
É essa força que estimula a intuição
do "runamal" (arte do uso de alfabetos
rúnicos para obter respostas, como um oráculo,
instrumento usado pelos iniciados nesta arte desde
o pré-cristianismo para o autoconhecimento).
Na antigüidade, o conhecimento acumulado era
transmitido de geração a geração
a um círculo de homens sábios e mulheres
que haviam sido iniciados para isso. Embora as Runas
representem o oráculo europeu mais antigo
não quer dizer que elas não se adaptem
a jogos da modernidade. Elas funcionam em forma
de baralho com a mesma presteza.
O Futhark é composto de 24 símbolos,
agrupados em 3 "aetts", ou seja, conjuntos
de 8 letras cada, lidas da direita para a esquerda.
O primeiro "aett" corresponde às
Runas Fehu, Uruz, Thurisaz, Ansuz, Raido, Kano,
Gebo e Wunjo e a sua regência é de
Freyr e Freyja, divindades da fertilidade e da criatividade.
O 2º grupo de "aetts" é composto
de Hagalaz, Nauthiz, Isa, Jera, Eihwaz, Perth, Algiz
e Sowelu. Regidas por Hemdal e Mordgud , respectivamente
o Deus da proteção pessoal e a Deusa,
guardiã das entradas para os mundos subterrâneos.
O 3º "aett" tem a proteção
do Deus Tyr e de sua companheira Zisa. São
entidades guerreiras que em especial, resguardam
a autodefesa do individuo. As Runas são:
Teiwaz, Berkana, Ehwaz, Mannaz, Laguz, Inguz, Othila
e Dagaz.